Guia: saiba o que é o outubro rosa e a importância dessa campanha!

Você sabe o que é o outubro rosa? É uma campanha que se espalhou pelo mundo para celebrar a luta das mulheres contra o câncer de mama. O seu intuito é conscientizar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença.

De uma forma delicada, o movimento ganha cada vez mais adeptos todos os anos, espalhando o laço rosa — símbolo da iniciativa — ou iluminando com a mesma cor os principais espaços, prédios e monumentos das cidades.

O objetivo é informar os cidadãos sobre a importância da realização do autoexame das mamas e da mamografia para aumentar as chances de diagnóstico e, consequentemente, as taxas de cura do câncer.

Quer entender com mais detalhes o que é o outubro rosa, como surgiu o movimento, bem como informações detalhadas sobre o câncer de mama? Confira o guia especial que preparamos para você e também faça parte desse movimento!

O que é o outubro rosa?

Chega o mês de outubro e o que se vê são lacinhos rosa e cidades com prédios e monumentos destacados pela mesma cor. É a campanha outubro rosa, movimento criado para conscientizar toda a sociedade sobre a importância da prevenção do câncer de mama — o tipo mais comum em mulheres do Brasil e do mundo, depois do de pele não melanoma.

A ideia é alertar as mulheres a estarem atentas com o seu corpo, observando qualquer alteração nas mamas, bem como a necessidade da realização anual da mamografia. O exame consegue diagnosticar a doença em estágios iniciais, aumentando consideravelmente as chances de tratamento e cura.

A causa tem a participação de entidades do terceiro setor, cidadãos e empresas. O objetivo é que, a cada ano, mais pessoas fiquem sensibilizadas pela luta de pacientes contra a doença e, assim, possam também se conscientizar e fazer a sua parte: compartilhar informações sobre a prevenção e o diagnóstico precoce e, assim, divulgar ainda mais essa campanha pela vida!

Como surgiu a campanha do outubro rosa?

Agora que você já sabe o que é o outubro rosa, pode imaginar que é uma campanha recente. Pelo contrário, a iniciativa já tem algumas décadas de existência — surgiu em 1990, época em que pouco se escutava falar sobre a necessidade da prevenção do câncer de mama.

O movimento teve início em Nova Iorque, nos Estados Unidos, com a organização da primeira corrida pela cura da doença. A ideia partiu da Fundação Susan G. Komen for the Cure. Desde então, o outubro rosa passou a ser realizado anualmente.

Mas você deve estar se questionando: de onde surgiu a fita ou laço rosa? Esse símbolo tão delicado tornou-se a marca da campanha justamente porque na ocasião daquela corrida, em 1990, foram distribuídos aos participantes o laço rosa.

A campanha se espalhou em 1997 para outras cidades norte-americanas, onde mais entidades também começaram a realizar ações em prol da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.

Além de eventos variados, como corridas de rua, partidas de boliche e até desfiles de moda, a causa passou a ser incorporada também em espaços públicos que, pouco a pouco, foram enfeitados com o símbolo da campanha.

Outubro rosa ganha o mundo

Um movimento com um intuito tão nobre não poderia ficar restrito a uma só nação. Logo, a realização das ações de prevenção no mês de outubro passou a ocorrer em diferentes países.

Não há registro de quando começou a ideia de iluminar de rosa monumentos e prédios — que também se tornou uma marca e identidade da campanha. O fato é que as cidades ficaram muito mais bonitas no mês de outubro e o movimento conseguiu alcançar maiores proporções.

Ter o Cristo Redentor ou a Torre Eiffel iluminados de rosa por conta dessa iniciativa mostra que o mundo está unido em torno de uma causa que salva vidas!

Outubro rosa no Brasil

E no Brasil, você sabe quando o movimento começou? A primeira cidade a se engajar foi São Paulo que, em 2 de outubro de 2002, iluminou de rosa o monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista — o Obelisco do Ibirapuera. 

Em 2008, o outubro rosa ganha mais força no país: mais entidades ligadas ao câncer de mama aderem à campanha, com a disseminação de informações de saúde e iluminação rosa de prédios e outros espaços da cidade.

Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) adotou a campanha em 2010, com a realização de uma divulgação consistente de materiais informativos para a população e também para profissionais de saúde.

A ideia do instituto é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde a respeito do diagnóstico precoce da doença — como a atenção que as mulheres devem ter a qualquer alteração suspeita nas mamas e a realização periódica da mamografia.

A participação da sociedade brasileira no outubro rosa vem aumentando ano a ano. Cada vez mais empresas "compram" a ideia e realizam eventos, iluminam de rosa os seus espaços ou incentivam os seus funcionários a vestirem uma peça de roupa rosa em um determinado dia de outubro.

Por que a campanha do outubro rosa é importante?

É necessário disseminar o que é o outubro rosa, pois a incidência do câncer de mama é alta entre as mulheres, mas com o rastreamento e detecção precoce há boas chances de cura. Segundo o Inca, a doença responde por cerca de 28% de novos casos a cada ano.

Somente em 2018 são esperados 59.700 casos de acordo com as estimativas do instituto. A doença é mais rara antes dos 35 anos, porém a partir dessa idade tem uma incidência progressiva, principalmente depois dos 50 anos.

É fundamental destacar ainda que há vários tipos de câncer de mama, que avançam de formas diferentes. Contudo, a detecção precoce eleva as possibilidades de cura da maioria deles.

O câncer de mama também pode atingir os homens, no entanto, é o tipo que responde apenas por 1% de todos os casos da doença.

Alerta ao poder público

O outubro rosa visa alertar não somente a sociedade, mas também o poder público, que precisa incentivar a população a fazer o exame preventivo, mas também fornecer meios para que essa prevenção aconteça de verdade.

Além de disponibilizar equipamentos de mamografia, é importante realizar campanhas — como mutirões — para que mais mulheres possam ter o diagnóstico o mais cedo possível e começar o tratamento.

Infelizmente, hoje, a realidade do sistema público brasileiro é bem ruim. A cobertura de mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2017, para mulheres entre 50 e 69 anos foi a mais baixa dos últimos 5 anos — somente 24,1% delas realizaram o exame, resultado bem abaixo dos 70% que é o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

estudo, que é da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, apontou que eram esperados 11,5 milhões de exames em 2017, no entanto foram feitos apenas 2,7 milhões. Para obter esse resultado, os pesquisadores utilizaram dados do Sistema de Informações Ambulatorial (SIA) do DATASUS. 

Veja a seguir o que mostrou a pesquisa:

  • regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as menores coberturas;

  • os três piores resultados foram nos estados do Amapá (apenas 260 exames realizados dos 24 mil esperados), Rondônia e também no Distrito Federal;

  • o investimento do governo federal destinado a essa área foi de apenas R$ 122,8 milhões do total de R$ 510,7 milhões previstos para atender as pacientes de 50 a 69 anos;

  • a dificuldade de agendamento do exame, hospitais com equipamentos quebrados, além da falta de técnicos qualificados são os principais motivos para a queda da realização das mamografias.

A conclusão do estudo é ainda mais preocupante se considerarmos o que recomenda a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) — a realização da mamografia anualmente para mulheres a partir dos 40 anos.

Saber o que é o outubro rosa e participar da campanha é importante para que a iniciativa ganhe cada vez mais popularidade. Isso porque uma sociedade consciente tem informação para cuidar melhor da sua saúde, orientar as pessoas mais próximas e também para cobrar os governantes.

Como é feita a prevenção do câncer de mama?

A prevenção do câncer de mama é bastante complexa, pois são múltiplos fatores que estão associados ao seu surgimento. De forma geral, é recomendado adotar um estilo de vida saudável, fazer acompanhamento regular com o mastologista e a realização da mamografia anualmente, principalmente a partir dos 40 anos.

De acordo com o Inca, o risco da doença pode ser reduzido em 28% com uma alimentação equilibrada e a prática de atividade física. A indicação é fazer o controle do peso corporal e evitar o uso de bebida alcoólica. Mulheres que amamentam também ficam mais protegidas.

Fatores de risco

São vários fatores envolvidos com o risco de desenvolver o câncer de mama. De acordo com informações do Inca, são fatores de risco:

  • idade — da mesma forma como em outros tipos de câncer;

  • questões genéticas/hereditárias — devido a mutação em determinados genes, que são transmitidos entre gerações;

  • aspectos ambientais — exposição excessiva à radiação ao realizar exames de raio-X, radioterapia ou tomografia computadorizada, por exemplo;

  • estilo de vida — consumo de bebida alcoólica, tabagismo, sobrepeso e obesidade;

  • fatores endócrinos — estímulo do estrogênio que é produzido pelo próprio corpo ou consumido por tempo prolongado na reposição hormonal;

  • aspectos relativos à idade reprodutiva — como ter a primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa após os 55 anos, primeira gravidez após os 30 anos ou nuliparidade (mulheres que não tiveram filhos).

O envelhecimento e alterações biológicas contribuem para o surgimento da doença. A partir dos 50 anos, as mulheres têm mais chances de ter o diagnóstico do câncer de mama.

Há pesquisas, mas com resultados ainda controversos, sobre a relação da doença com o uso de contraceptivos orais por bastante tempo. 

Mulheres que apresentam histórico de câncer de mama em familiares — especialmente quando a doença surgiu em idade jovem — também tem o risco aumentado para a doença.

Sintomas

Saber o que é o outubro rosa vai trazer informações para as mulheres não somente sobre a necessidade da realização da mamografia, mas também da importância de conhecer o próprio corpo e ficar em alerta caso surja alguma alteração suspeita de câncer de mama.

Um aspecto que devemos destacar é que, geralmente, o câncer inicia de forma indolor. Dessa maneira, a dor mamária tão comum em mulheres de diferentes faixas etárias está mais relacionada a questões hormonais ou emocionais.

Acompanhe abaixo alguns sintomas da doença (encontrados, em alguns casos, até mesmo em fases iniciais do câncer), que podem ser notados com a realização do autoexame:

  • caroço (nódulo) fixo palpável — sinal que aparece em cerca de 90% dos casos segundo informações do Inca;

  • alterações no mamilo;

  • alterações na pele da mama — manchas, pele avermelhada ou parecida com casca de laranja;

  • líquido que sai do bico mamário.

Qualquer um desses indícios deve servir de alerta para que as mulheres procurem ajuda médica e realizem os exames diagnósticos. Em muitos casos, podem ser apenas manifestações benignas da doença, mas, mesmo assim, precisam ser investigados.

Tratamento do câncer de mama

Quando o diagnóstico é confirmado, é fundamental que a mulher siga o tratamento corretamente. Dependendo de cada caso, pode ser necessário o tratamento cirúrgico para a remoção do tumor e/ou clínico, como a quimioterapia e radioterapia.

Em muitos quadros iniciais da doença, pode não ser necessário a quimioterapia, sendo indicado o tratamento hormonal.

Como é feito o exame preventivo?

Muitas mulheres não se previnem contra o câncer de mama por desconhecimento de como realizar o autoexame das mamas ou por medo de submeter-se à mamografia. Por isso, entender o que é o outubro rosa e participar desse movimento é fundamental para conscientizar esse público a cuidar da saúde.

Autoexame das mamas

O autoexame das mamas deve ser feito por todas as mulheres a partir dos 20 anos de idade. A recomendação é realizar uma vez por mês, cerca de 7 dias após a menstruação, ou escolher uma data fixa por mês para mulheres que já entraram na menopausa.

Acompanhe abaixo o passo a passo do procedimento:

1. Em frente ao espelho para avaliar tamanho, forma e cor das mamas, além de saliências ou rugosidades:

  • observar as mamas com os braços abaixados;
  • observar com os braços levantados atrás da cabeça;
  • observar com as mãos apoiadas na cintura fazendo pressão.

2. Em pé, durante o banho, de preferência com as mãos ensaboadas:

  • colocar o braço esquerdo atrás da cabeça e fazer a palpação da mama esquerda com os dedos juntos e esticados de maneira circular e de cima para baixo;
  • pressionar os mamilos para verificar a saída de líquidos;
  • fazer o mesmo procedimento com a mama do lado direito.

3. Deitada

  • posicionar o braço esquerdo na nuca e palpar a mama esquerda com os mesmos movimentos realizados em pé;
  • fazer o mesmo procedimento com a mama do lado direito.

Se na realização do autoexame a mulher notar qualquer alteração, a recomendação é agendar uma consulta médica para investigação. É importante destacar, ainda, que o autoexame não descarta a realização da mamografia.

Mamografia

É o exame de imagem mais utilizado para fazer a detecção do câncer de mama, mesmo em estágios iniciais. É um procedimento não invasivo, rápido e que utiliza a mesma radiação do tradicional raio-X. Não é necessário nenhum preparo prévio para a mamografia.

Na hora da realização do exame, as mulheres podem sentir um leve desconforto por conta do posicionamento da mama no equipamento e da pressão feita por duas placas para a captação das imagens.

Para dar o resultado, o especialista utiliza a escala BI-RADS, que é dividida em 7 categorias — de normal a tumor benigno ou maligno.

A idade indicada para fazer a mamografia ainda gera discordância no Brasil:

A mamografia sozinha não é suficiente para dar o diagnóstico final. Se houver indício de tumor maligno, o médico solicita uma biópsia para confirmar a sua suspeita. Podem ser solicitados também outros exames de imagem, como a ressonância magnética das mamas, para confirmar o câncer.

Ultrassom de mamas

A ultrassonografia é um exame de imagens que também é utilizado para a investigação do câncer de mama. É indicada para os seguintes casos:

  • mamas mais densas comuns em mulheres jovens, que não permitem uma visualização completa da estrutura na mamografia. São pacientes que precisam investigar por conta de alguma alteração encontrada no autoexame ou pelo histórico da família;

  • mulheres que apresentam as mamas densas mesmo após a menopausa;

  • necessidade de identificação de uma lesão antes da realização da biópsia;

  • para tirar dúvidas do resultado da mamografia.

O que é mito e o que é verdade a respeito da doença?

Hoje, a maioria da população tem acesso fácil à informação, principalmente com a Internet, e pode ser bem orientada para adotar uma rotina saudável e ter qualidade de vida

Mas, mesmo assim, ainda existem mitos em relação a alguns temas de saúde, principalmente os mais complexos, como é o caso do câncer de mama.

Confira, a seguir, alguns mitos e verdades em relação à doença:

Mitos

  • o tumor de mama pode ser resultado de algum trauma, como uma batida na região em um acidente de carro — a pancada pode até desenvolver uma massa no local afetada, mas que é benigna;

  • desodorante utilizado nas axilas causa o câncer — esse é um boato que circula na internet que traz muito medo para as pessoas. Saiba que nas axilas não há células mamárias, ou seja, é impossível que essa seja a causa da doença;

  • fazer o autoexame todos os meses descarta a necessidade da mamografia. Se a mulher está na idade indicada para o exame ou tem a recomendação médica deve realizar o procedimento, independentemente de ter feito o autoexame mensalmente;

  • qualquer alteração na mamografia indica câncer — o exame pode apontar cistos, nódulos benignos ou calcificações.

  • somente mulheres com mais de 50 anos podem ter a doença — a incidência é maior após essa faixa etária, mas o tumor pode atingir também mulheres mais jovens;

  • a retirada do tumor sempre implica na perda da mama — isso depende de cada caso. A tendência é a preservação da maior parte da mama de acordo com a segurança da paciente. A reconstrução da mama, se for possível, pode ocorrer logo após o procedimento cirúrgico da retirada.

Verdades

  • amamentar reduz os riscos de câncer — quando as células mamárias estão produzindo leite, se multiplicam em menor intensidade;

  • é permitido continuar amamentando enquanto a mulher investiga se tem a doença — as células cancerígenas não vão passar pelo leite materno e o fato de a mulher estar realizando exames, como a mamografia ou ultrassom, não impede que ela continue alimentando o seu bebê;

  • verduras, frutas, legumes e leguminosas ajudam na prevenção — esses alimentos têm a capacidade de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células do corpo;

  • não é aconselhável fazer o autoexame das mamas durante a menstruação — nessa fase as mamas podem ficar mais rígidas e doloridas e dificultar o procedimento;

  • o câncer tem cura — quando detectado no início e seguindo o tratamento médico, as chances de cura do câncer de mama são altíssimas.

A dica é sempre procurar um médico — como o ginecologista ou o mastologista — para tirar qualquer dúvida referente à doença.

A incidência do câncer de mama é alta entre as mulheres, por isso é fundamental que elas prestem atenção ao próprio corpo e realizem os exames de rotina. Agora você já sabe o que é o outubro rosa e por que é essencial lembrar a sociedade dessas recomendações e, assim, elevar as taxas de detecção precoce e cura da doença. Faça parte desse movimento você também e espalhe essa ideia!

Gostou de entender a história e importância dessa campanha? Compartilhe este guia em suas redes sociais para que mais pessoas se sensibilizem e fiquem em alerta em relação à prevenção do câncer de mama.